O que faz um videomaker e como ele se insere no mercado audiovisual?
O mercado audiovisual gera enormes oportunidades. A ascensão de profissionais cada vez mais versáteis e a tendência para produções mais rápidas e menores criou a necessidade de alguém que possa iniciar e terminar o mesmo projeto. É aí que entra o Videomaker.
Nos últimos anos, o vídeo tornou-se uma ferramenta indispensável no ambiente de comunicação global. Hoje, não se imagina um mundo sem espelhamento e gravação em vídeo — eles aparecem quase o tempo todo nas redes sociais, divulgações institucionais e promoções de produtos, mídia jornalística. Sempre há um produtor de vídeo por trás de cada conteúdo – quanto mais profissional o vídeo, mais proficiente técnica e criativamente o diretor será.
Mesmo sendo uma profissão emergente, ainda há muitas dúvidas sobre o que um produtor de vídeo realmente faz e qual a melhor forma de entrar no mercado e se tornar um profissional. Veja!
O que faz, afinal, um videomaker?
Como o próprio nome diz, o videomaker trabalha com vídeo. Ou seja, câmeras digitais, normalmente mais portáteis e equipamentos menos complexos e mais viáveis de serem operados por uma única pessoa.
Não excludente, ainda existem sets maiores, para produções mais sofisticadas ainda dentro dessa proposta, mas o enfoque é conseguir produzir de forma rápida e prática ante a constante e grande demanda de conteúdo.
O grande diferencial é ser o responsável pelos diversos processos de produção e criação que envolvem essa produção. Muitas vezes, é sozinho que o profissional realiza o trabalho todo, desde sua concepção, roteirização, gravação e até a finalização no computador.
O videomaker muitas vezes não possui um roteiro e precisa lidar com imprevistos. Por isso, a organização é fundamental, já que a estrutura de produção é bem mais enxuta. Mas, embora seja comum que trabalhe sozinho, ele também pode atuar em equipe – tudo depende do cliente que contrata seus serviços ou do projeto em questão.
O que faz um profissional da área?
Em um mercado tão efervescente, são muitas as oportunidades de trabalho para um videomaker. Vamos dar uma olhada nas principais áreas de atuação e quais são suas vantagens, desvantagens e necessidades em uma época em que o vídeo é a base de tudo:
Vídeos de eventos
Eventos são uma constante. Aqui entram casamentos, festas de aniversário, partos, batizados e até mesmo eventos corporativos. A grande janela de oportunidade é que todos esses eventos precisam ser documentados e é aí que entra o trabalho do videomaker.
Aqui as jornadas de trabalho podem ser um pouco diferentes: não só maiores e puxadas como também fora dos horários convencionais, isso sem falar do preparo para lidar com os imprevistos e, na grande maioria das vezes, saber administrar o trabalho em apenas uma pessoa. De qualquer modo, a dica é sempre estar preparado tanto tecnicamente (com os aparelhos certos, cartões de memória e baterias extras e afins) quanto praticamente (com a noção de qual o nicho que você escolheu para atuar e qual a melhor forma de documentá-lo).
Essa é uma modalidade que muitas vezes cresce através do boca-a-boca. Ou seja, o profissional faz um trabalho bem feito para alguém próximo, que o indica para alguém em seu ciclo de amigos, assim crescendo a sua cartela de clientes e ampliando cada vez mais o seu trabalho.
Gravações institucionais
Um caminho que tem crescido muito nos últimos anos e que, inclusive, pode ser uma ótima fonte de renda para pequenas produtoras, são os vídeos institucionais. Aqui, por mais comercial que seja, é a produção que mais se aproxima de um viés documental, muitas vezes explorando a companhia e até mesmo entrevistando pessoas para formar um filme.
É importante saber que nem sempre as ideias do cliente estão bem dispostas e, em muitos casos, cabe ao profissional oferecer soluções criativas e inovadoras para apresentar a empresa da melhor forma possível. Oferecendo um trabalho tecnicamente satisfatório e que atinja as expectativas estabelecidas. Justamente por isso, o diálogo com o contratante é essencial e o jogo de cintura para lidar com imprevistos e adaptações é fundamental.
Um novo caminho que ascendeu em um período de aulas remotas é a produção de videoaulas e até mesmo lives institucionais. Aqui os profissionais com conhecimento para operar tais eventos ainda são escassos e existe uma ótima janela para quem quer conseguir se especializar em algo dentro do mercado audiovisual. Isso sem falar na alta demanda de tais produtos.
Videoclipes musicais
Uma das áreas mais virais e com alcances astronômicos é a produção de videoclipes. Aqui, por menor que seja a duração do formato, o trabalho ainda é gigantesco já que as etapas de pré-produção, conceito e até mesmo gravação normalmente são muito apertadas tanto por motivações financeiras quanto por disponibilidade dos artistas.
É claro que as grandes produções de artistas famosos angariam centenas de pessoas na confecção de um clipe, mas há muitos videomakers que iniciam suas carreiras criando videoclipes para amigos com uma banda ou coisa do tipo. A maior dica é saber ser versátil e criativo com uma ideia que relacione banda e música.
Cinema: Um dos sonhos de muitos Videomakers
Não tão distante do trabalho de um Filmmaker, o cinema ainda pode ser uma ótima fonte de trabalho para um Videomaker. Com o tamanho cada vez mais diminuto dos equipamentos e a facilidade de conseguir realizar algumas etapas da pós–produção sozinho, existe uma grande oportunidade para quem quer viver de suas próprias ideias.
Por mais que produzir um longa metragem sozinho seja algo muito assustador e distante, há diretores que apostam na mecânica de curtas para festivais e outros eventos culturais. Fazem isso até conseguir ascender em uma oportunidade de trabalhar em projetos mais robustos, ampliando equipe e alcance.
Muitos diretores famosos, inclusive, apostam muito nas formas digitais de vídeo para repensar sua arte. Michael Mann é um exemplo do uso do digital e Sean Baker ficou conhecido por fazer seu filme Tangerina (2016) com uma produção bem reduzida que, inclusive, gravou com celulares.
Hoje as câmeras digitais são a regra na indústria cinematográfica.
Dicas para ser um bom videomaker
Mesmo se o seu interesse for o cinema mais convencional, ter alguma experiência como videomaker é uma excelente maneira de agregar ferramentas de trabalho. Você pode aprender, fazendo vídeos, desde noções básicas de câmera e de edição até a flexibilidade necessária para lidar com imprevistos em um set de filmagem.
Se optar pela produção solo, tenha sempre em mãos uma boa rede de contatos, para eventualidades. Afinal, nunca se sabe quando vai precisar de um operador de câmera extra, de um profissional de som ou de um montador que entenda de motion design, por exemplo. No vídeo, assim como no cinema, um bom networking pode levar muito longe.
Nesse contexto, fazer um curso de cinema também é uma dica essencial. Independentemente de qual for sua escolha do conteúdo a ser estudado (direção, direção de fotografia, direção de arte, som ou edição), aprender com pessoas que já estão no meio audiovisual é uma das melhores formas de estabelecer bons contatos e crescer profissionalmente. Além disso, quanto mais prático for o curso, mais preparado você vai estar para atender às necessidades de seus clientes.
Outra atitude que ganha muitos pontos é ser inovador e buscar sempre modos interessantes de apresentar seu trabalho. Um bom portfólio certamente ajuda, mas todo mundo precisa começar do zero em algum momento. Nesse caso, tenha em mãos uma quantidade enorme de referências para fundamentar seu vídeo. Afinal, para um videomaker, qualquer coisa pode servir de inspiração, já que ele literalmente trabalha apenas com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça.